Jongo em Paraty - um lugar que poucos conhecem
Em 2009, fui gravar o Expedições em Paraty. Lá estava rolando a FLIP, Feira Literária de Paraty.
A cidade histórica é linda! A feira literária também é interessante, mas deixou a cidade muito cheia, e assim, perdeu seu charme.
Já havíamos gravado Paraty e seus arredores em 2004. Resolvemos então fazer algo diferente! A produção marcou um encontro da equipe com moradores de uma comunidade quilombola (descendentes de escravos) no Quilombo do Campinho, mais para o interior da cidade, com o objetivo de gravar o Jongo, uma dança de roda tradicional desde a época dos escravos.
Depois que li um livro chamado "Um defeito de cor", de Ana Maria Gonçalves, que fala da batalha dos escravos pela liberdade, passei a me interessar mais pela cultura afro-brasileira.
Fomos muito bem recebidos pela comunidade. Depois, gravamos diferentes Jongos em outras comunidades quilombolas e o documentário ficou emocionante!
As imagens foram editadas em cima de um roteiro que nos remete ao tempo vivido pelos escravos:
"Nos tempos do cativeiro, se a liberdade do corpo era impossível, a alma dos escravos encontrava alento na dança e no canto. Mais do que uma arte, o Jongo era uma forma de comunicação que o senhor e o capataz não podiam entender".
Já na roda, no primeiro batuque, liguei a câmera e senti como se fizesse parte daquele momento único. Em uma cidade famosa, Paraty, mas escondido em um lugar que poucos conhecem, dentro de uma roda de Jongo.
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Meu mestre da fotografia Roberto Werneck |
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Comunidade quilombola Quilombo do Campinho |
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Sony Z1 |
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